Homem-onça

Tolas promessas essas tuas

que de tão promessas só, vivem só nuas,

sem me vestirem de qualquer carinho.

Sou a lã ao vento do cordeiro voador,

uma flor murcha que já se despetalou,

regada no passado para aniquilar certa dor,

um vela queimada no silêncio de desditoso amor.

Prometo-te nada te prometer.

Andarei no paralelo dos teus sentimentos,

ao alcance de um olhar distante,

embora que por trás de algum lamento,

no vício de desértica e profunda dor...

Ide para não mais voltar-me.

Retira-te de tudo o que me for de ti presencial,

sai, reine longe de mim e onde não houver amor,

para que eu possa amar por nós dois descomprometida/mente,

esse homem-onça que, nunca, a carne te provou...