Tenho fé! E a tenho, com equilíbrio e razão, e se na pronta opinião
Que outros fazem; minha fé é sem prima função, rebato. Esta a testa!
Assentada na lida escolhida, e na face que O pai me empresta.
Sou poeta! E quem tenha olhos que veja, no ornato; o diapasão
A musica não é minha, perdura no mundo e a colho por ocasião
Poesia na egrégora predomina, feito doce ambrosia, assim nada é novo
E nada surpreende o poeta, que nas ondas dos séculos é colhido no covo
Das línguas, onde o novedio da mente é colheita de trigo ancião
Sou préstimo de rente-chão, assim sei meu lugar, nesta vasta ilusão
E se (ela) a ilusão, me convida, não tenho para ela guarida, dou-lhe despedida
E dou a cova dos miasmas, minhas falas de prelo e sofreguidão.
Desuso dos verbetes e calo-me diante do indefinido; eis a vida
A pureza é original, tormentosa para quem a busca enfeitada
Depuro-me dos ais e dos risos e com fé faço minha jornada.