Partiste, Sim, Partiste… (relato duma espécie de noite…)
Como num sonho
Do qual se acorda
Contrariado
Como num sonho
Que depois de desfeito
Revela dias de sombras
Talvez a realidade
Onde reparo
Que não estás
Nem nunca estiveste a meu lado…
E assim…
Fico estático
No meu quarto
A ser devorado pela noite
Contando as horas que faltam para a madrugada
Para o amanhecer
Envolto nos meus fantasmas
Que a tua falta
Faz aparecer…
E não sei nada fazer
Sou incapaz de ter uma reacção
Um acto
De lucidez
Ou de loucura
Mas um acto
Que me faça sentir vivo
Que me faça
Agir
Ou acto que faça
Sentir o bater do meu coração…
E as horas são dias
São meses, são anos
Que teimam em passar
É um Universo
Onde não tenho as minhas asas
Onde as minhas Estrelas
Bem…
Nem elas as sinto a brilhar
E desta forma
Descobri que não sou Eterno
Que isso não passa de uma ilusão
Descobri que sou quase nada
Apenas um poço de sentires
Com os quais nada sei fazer
E cheguei ao ponto
De nem sequer saber se realmente exististe
Ou existes
Sei apenas
Partiste, Sim, Partiste…