CULPAS

O amor te anda ausente?

É preciso ir buscá-lo

Tenta de novo encontrá-lo

E te dar completamente.

Reconhece a sua ausência

A razão por que morreu

Uma parte que sou eu

Junta à tua incoerência.

Somos parte do problema

Cada qual em doses certas

Ignoramos os alertas

Não abrimos as algemas.

Que sejamos coerentes

Neste amor que nos aflora

Não resolve ir-se embora

E amargá-lo eternamente.

Nos amamos como poucos

Por que dar-se às influências?

Nossas vis adolescências

Já nos fazem quase loucos.

Nossas mãos são tão vazias

Sem às outras serem dadas

Nossas bocas, ressecadas,

Sem beijos, sem alegrias.

Quando a vejo por que tremo?

Nada sofro de outra dor

O que será, senão amor

Pra chegar a este extremo.

Não existe amor perdido

Lá no tempo, embora tarde

Ele vem como um covarde

E se instala arrependido.

Talvez, aí, desdenhamos

Por querer o recomeço

O amor é como preço:

Cai e sobe se compramos.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 05/02/2010
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