Exposições de um Arlequim
Não me expresso muito bem
Confuso e ao menos de certo incerto
E tanto já disse que as palavras são pérfidas
Tentei durante certo tempo esconder
Mas sinto agora
Meu coração está exposto
Por fora dos losangos vermelhos
Também quem me mandou pregá-lo a uma porta?
Poderia mantê-lo quieto, quente e escondido como sempre
Porém, existem certas horas que não posso controlar
Não o embrulhei para presente
E até o dado presente não sei nem o que dele irá fazer
Já o queimaram ou abraçaram, mas o deixaram quente
Já foi quebrado e deixado na rua durante um entardecer
Ele sabia como sentia
E sabia também como agia
Eu tive de libertá-lo
Por não mais conseguir domá-lo
Mas mesmo fora de mim
Eu sei que você observa como ele bate fora do compasso
E se às vezes pergunta
O porquê da falta de concentração
É que sinto o tremer por ti
E não sei direito o que fazer
Quero-te mais que perto
Quero mais que o tempo que tens
Multiplicar e te plantar em todo lugar
Para que ao meu lado veja sempre um pouco de ti
E se não mais como costumava viver
Escondo para que ninguém veja
E se hoje está em sua porta esperando um espaço
É por não te temer, nem o que sinto e o que faço
Não é questão do antes
Do agora ou do depois
É visão de somatórias
É meu tempo girando em extrema lentidão