Exposições de um Arlequim

Não me expresso muito bem

Confuso e ao menos de certo incerto

E tanto já disse que as palavras são pérfidas

Tentei durante certo tempo esconder

Mas sinto agora

Meu coração está exposto

Por fora dos losangos vermelhos

Também quem me mandou pregá-lo a uma porta?

Poderia mantê-lo quieto, quente e escondido como sempre

Porém, existem certas horas que não posso controlar

Não o embrulhei para presente

E até o dado presente não sei nem o que dele irá fazer

Já o queimaram ou abraçaram, mas o deixaram quente

Já foi quebrado e deixado na rua durante um entardecer

Ele sabia como sentia

E sabia também como agia

Eu tive de libertá-lo

Por não mais conseguir domá-lo

Mas mesmo fora de mim

Eu sei que você observa como ele bate fora do compasso

E se às vezes pergunta

O porquê da falta de concentração

É que sinto o tremer por ti

E não sei direito o que fazer

Quero-te mais que perto

Quero mais que o tempo que tens

Multiplicar e te plantar em todo lugar

Para que ao meu lado veja sempre um pouco de ti

E se não mais como costumava viver

Escondo para que ninguém veja

E se hoje está em sua porta esperando um espaço

É por não te temer, nem o que sinto e o que faço

Não é questão do antes

Do agora ou do depois

É visão de somatórias

É meu tempo girando em extrema lentidão

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 04/02/2010
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