Diário B. ( Viajar Perder Países )

Não vim cá fazer turismo.

Não sou esse que, quando o planejado apressava, corria para a recôndita paisagem, e pondo os olhos na lacuna funda, ao vôo, dizia, visto! visto! , pois isso contribuía a entesoirar seu patrimônio ‘cultural’ – conhecedor convencido, podia passar a dissertar dele já.

Venho de uma cidade numerosamente visitada por fantasmas que não tiveram qualquer experiência lá: através do objetivo da câmera, da rede, do papel – planos mais planos com planos -, viram tudo, por outros olhos, sem ficarem nunca nus.

Viajar pelo Outro, pela falha da ponte, pela distância, pelo entre, vazio, o oco que afasta e une: desaparecer, aparecendo um outro - nunca Um: morar em morada alheia, até reconhecer a ausência da própria, nessa falta, o ímpeto de um: um-Qualquer que, nada sendo, pode, finalmente, ser: Ninguém-um, como você, como eu.

No longínquo, aparecerei.

Grudando-me, sumo.

Terça-feira 1, sábado 12 de dezembro

Quase na volta mas

ainda de pés bem assentados em B.