O Amor…
Encontrei-te
Debaixo da grande Arcada Celestial
Que era ao mesmo tempo o meu Abrigo
O meu elemento Natural
E perguntei-te o que fazias por ali…
E tu respondes-te…
“O Amor…
que encontro neste canto do cosmos
é o meu Ideal
meu distante mito
no qual eu acredito
é a Minha Fé
a minha razão de viver
o meu refúgio das sombras
a minha luz infinita
no escurecer
a minha razão sem lógica
que tem por si só um sentido
bastante claro
e definido
a minha força secreta
quando nada me estimula
nada me atrai
a estrela imortal
que brilha
quando a noite perene
sobre mim cai
quando tudo parece correr demasiado mal
a dor
que tem que existir
o prazer
que vem logo depois
para a extinguir
partilha de almas
partilha de corpos
numa doce e infinita envolvência
é a saciação
em época de carência
é pura e desinteressada cumplicidade
é genuína
irmandade
é a palavra
que compõe
o poema perfeito
escrito
direito
por linhas
que querem que sejam tortas
é aquele
tão desejado Beijo…”
E eu fiquei então
Sem palavras
Apercebendo
Que me tinha apaixonado
Pelo que tu disseste
Apaixonado por Ti
E ficámos os dois juntos
Por mero acaso ali
Ficámos
No último pedaço de céu na terra
Ficámos numa realidade inviolada pelo tempo
Numa Realidade Eterna