O Amor…

Encontrei-te

Debaixo da grande Arcada Celestial

Que era ao mesmo tempo o meu Abrigo

O meu elemento Natural

E perguntei-te o que fazias por ali…

E tu respondes-te…

“O Amor…

que encontro neste canto do cosmos

é o meu Ideal

meu distante mito

no qual eu acredito

é a Minha Fé

a minha razão de viver

o meu refúgio das sombras

a minha luz infinita

no escurecer

a minha razão sem lógica

que tem por si só um sentido

bastante claro

e definido

a minha força secreta

quando nada me estimula

nada me atrai

a estrela imortal

que brilha

quando a noite perene

sobre mim cai

quando tudo parece correr demasiado mal

a dor

que tem que existir

o prazer

que vem logo depois

para a extinguir

partilha de almas

partilha de corpos

numa doce e infinita envolvência

é a saciação

em época de carência

é pura e desinteressada cumplicidade

é genuína

irmandade

é a palavra

que compõe

o poema perfeito

escrito

direito

por linhas

que querem que sejam tortas

é aquele

tão desejado Beijo…”

E eu fiquei então

Sem palavras

Apercebendo

Que me tinha apaixonado

Pelo que tu disseste

Apaixonado por Ti

E ficámos os dois juntos

Por mero acaso ali

Ficámos

No último pedaço de céu na terra

Ficámos numa realidade inviolada pelo tempo

Numa Realidade Eterna

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 03/02/2010
Código do texto: T2067082
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