VIDA E AMOR

= Vida e Amor =

************************************************

Nasceu como o arroio.

Água pura, límpida,

quase potável.

Vieram as primeiras chuvas.

Leito estreito

não suportou.

Esparramou pela várzea e

não mais se juntou,

Sujou.

Desaguou no rio, chocou contra as pedras,

Gritou, revoltou... No tombar da cachoeira,

Ardeu em ondas.

No rebojo

Todo o lixo ele buscou.

Caiu no mar de águas azuis

Lavou e não melhorou.

Tornou-se um cruzador.

Lutou, torpedeou e

Na batalha foi a pique.

Gemeu sozinho, abandonado chorou.

Suas lágrimas alimentaram as estrelas

Dois pares dela mergulharam em seu encalce,

E o resgatou.

Mostrou a luz do amor

Ele, parado, inativo, em silêncio

Escutou-as.

De amor, as estrelas,

Em doses homeopáticas,

De gota em gota

Sua alma curou.

Retirou as sobras...

Torpedos que matam,

Metralhadoras,

Desamor,

Revolta,

Frustrações,

E principalmente o orgulho...

Não só lavou,

aperfeiçoou.

A lua, que do alto tudo assistia,

Jogou seus raios de magia

E as amigas celestes

No barco amarrou,

Içou.

Simples, belos, com mastros de constelação

Iluminando a noite.

Tornou-se num lindo veleiro

Num mar calmo de noite poesia

Navegou pelos oito mares,

Sendo um deles, o mar da vida.

Não mais aportou

Em todos os cais que passava.

Se nada tivesse a doar,

Deixava ali, encantamento, esperança,

Saudade e amor.

Tonho Tavares

Tonhotav@yahoo.com.br

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 31/01/2010
Reeditado em 04/11/2010
Código do texto: T2061840