VIDA E AMOR
= Vida e Amor =
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Nasceu como o arroio.
Água pura, límpida,
quase potável.
Vieram as primeiras chuvas.
Leito estreito
não suportou.
Esparramou pela várzea e
não mais se juntou,
Sujou.
Desaguou no rio, chocou contra as pedras,
Gritou, revoltou... No tombar da cachoeira,
Ardeu em ondas.
No rebojo
Todo o lixo ele buscou.
Caiu no mar de águas azuis
Lavou e não melhorou.
Tornou-se um cruzador.
Lutou, torpedeou e
Na batalha foi a pique.
Gemeu sozinho, abandonado chorou.
Suas lágrimas alimentaram as estrelas
Dois pares dela mergulharam em seu encalce,
E o resgatou.
Mostrou a luz do amor
Ele, parado, inativo, em silêncio
Escutou-as.
De amor, as estrelas,
Em doses homeopáticas,
De gota em gota
Sua alma curou.
Retirou as sobras...
Torpedos que matam,
Metralhadoras,
Desamor,
Revolta,
Frustrações,
E principalmente o orgulho...
Não só lavou,
aperfeiçoou.
A lua, que do alto tudo assistia,
Jogou seus raios de magia
E as amigas celestes
No barco amarrou,
Içou.
Simples, belos, com mastros de constelação
Iluminando a noite.
Tornou-se num lindo veleiro
Num mar calmo de noite poesia
Navegou pelos oito mares,
Sendo um deles, o mar da vida.
Não mais aportou
Em todos os cais que passava.
Se nada tivesse a doar,
Deixava ali, encantamento, esperança,
Saudade e amor.
Tonho Tavares
Tonhotav@yahoo.com.br