Eu por vezes desencontro-me no espelho que Tu és…
Passaram Mil Anos
E Mais Mil se irão passar
Até que encontre
A lógica nos dois
Que neste milénio
Me fez Tudo Indagar
Me fez
Ir ao local onde predominam as sombras
Que já foram gente
Para as conhecer
Para saber se lá estava o segredo
Que procuro destemidamente
Mas com muito medo…
Pois tenho medo
Não de morrer
Mas de me transformar numa mera silhueta
Por falta de fé
E onde morra a única coisa que realmente tenho
Uma alma
De espécie de poeta…
Me fez
Ir às montanhas mais altas
Tentar tocar nas Estrelas
Ou pelo menos
Percebe-las…
Pois elas são a coisa mais divina
Que depois de Ti
Eu pude ver
E tal como a Ti
As amo
Sem realmente
As perceber…
Me fez
Ir aos abismos mais fundos
Que há no mar
Há espera
De encontrar uma espécie de cópia tua
Menos complexa
Que eu possa amar
Ficcionando tudo
Acreditando
Numa espécie de Avatar
Onde tudo poderá ser virtual
Mas que pela minha fome
Das sensações plausíveis
Creia
Que tudo é bem real…
Me fez
Abraçar credos bem antigos
Sem deixar o meu
Mas credos onde habita
Uma certa magia
Ancestral
No meio da qual
Poderia
Ter a tua companhia
Apesar de relegar
Para trás
Tudo o que é passado
Pois como já te disse
Em outras prosas
É apenas o presente
E o futuro
Que me conduz até aqui
Até cá…
Me fez
Transformar rios de lágrimas
Em sensações tangíveis
Materializadas
Na minha poesia
Sentimentos que torno eternos
E não em meras coisas perecíveis
Porque nunca
Nunca quero perder a fé
Em mim
Em Ti
Fraquejando contudo em determinados momentos e…
Eu por vezes desencontro-me no espelho que Tu és…