Eu por vezes desencontro-me no espelho que Tu és…

Passaram Mil Anos

E Mais Mil se irão passar

Até que encontre

A lógica nos dois

Que neste milénio

Me fez Tudo Indagar

Me fez

Ir ao local onde predominam as sombras

Que já foram gente

Para as conhecer

Para saber se lá estava o segredo

Que procuro destemidamente

Mas com muito medo…

Pois tenho medo

Não de morrer

Mas de me transformar numa mera silhueta

Por falta de fé

E onde morra a única coisa que realmente tenho

Uma alma

De espécie de poeta…

Me fez

Ir às montanhas mais altas

Tentar tocar nas Estrelas

Ou pelo menos

Percebe-las…

Pois elas são a coisa mais divina

Que depois de Ti

Eu pude ver

E tal como a Ti

As amo

Sem realmente

As perceber…

Me fez

Ir aos abismos mais fundos

Que há no mar

Há espera

De encontrar uma espécie de cópia tua

Menos complexa

Que eu possa amar

Ficcionando tudo

Acreditando

Numa espécie de Avatar

Onde tudo poderá ser virtual

Mas que pela minha fome

Das sensações plausíveis

Creia

Que tudo é bem real…

Me fez

Abraçar credos bem antigos

Sem deixar o meu

Mas credos onde habita

Uma certa magia

Ancestral

No meio da qual

Poderia

Ter a tua companhia

Apesar de relegar

Para trás

Tudo o que é passado

Pois como já te disse

Em outras prosas

É apenas o presente

E o futuro

Que me conduz até aqui

Até cá…

Me fez

Transformar rios de lágrimas

Em sensações tangíveis

Materializadas

Na minha poesia

Sentimentos que torno eternos

E não em meras coisas perecíveis

Porque nunca

Nunca quero perder a fé

Em mim

Em Ti

Fraquejando contudo em determinados momentos e…

Eu por vezes desencontro-me no espelho que Tu és…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/01/2010
Código do texto: T2060022
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