A Promessa
O que eu sei de mim,
o que eu compreendo de você?
O que posso falar desse frenesi,
dessa promessa que está a nos envolver,
e parece nos prender no mesmo anseio,
numa emoção com dia marcado,
que não se mede em nossas palavras, provocações,
que acelera este coração já devassado
e (mal) abrigado dentro de mim?
Nada sei de você, na verdade.
Nada sabes de mim, sinceramente.
Nada explica o nosso recíproco interesse,
que surgiu no mais claro de repente,
e o tempo só fez aumentar e estimular.
Meu grito está oculto em meu corpo,
à espera, sempre à espera de você,
de um jeito impensado e torto.
Quem sabe se a promessa será cumprida?
Quem sabe o que pode acontecer?
Estou à espera de um futuro distante,
da estranha esperança de ter e ser.
E, dessa promessa, nada espero a mais;
para que pedir o que não se pode ter?
Apenas quero que a promessa vire realidade,
que tudo ocorra como tenha que ocorrer.
A promessa me manterá viva e ardente,
as palavras manterão o futuro presente,
o desejo continuará firme e latente,
até a hora em que tudo se confirmar
(seja pra o sim ou para o não),
e que se finde a tortura de esperar...