Recorte
Do vento, correu lentamente
Um sopro de chuva escura
E o céu se riscou num rompante;
O sol se escondeu de repente
Debaixo da sua armadura
De nuvem
Vertigem, um nó na cintura,
E a luz reluzindo na fronte
E os olhos chocando-se breves
São centuriões de bravura
Rompendo a barreira do instante
Eternos
Cadernos abertos, em branco
Dobrando-se as folhas em formas
O encontro da ponta e das dobras
Sutil, um gentil solavanco
Fluir, expelir pelas bordas,
Transbordas
Não morda, não cerre teus dentes,
Entenda que o homem é um
E que muitos homens nem são
Nem valem por homem nenhum,
Não vá descansar simplesmente,
Reflita
Omita teu ódio infundado,
Se tens tantos pecados, que pegue
Não guarde para te confessar
Por nada, por nada de errado,
Que não há homem que não carregue
Sua cruz
Por todos os lados