Recorte

Do vento, correu lentamente

Um sopro de chuva escura

E o céu se riscou num rompante;

O sol se escondeu de repente

Debaixo da sua armadura

De nuvem

Vertigem, um nó na cintura,

E a luz reluzindo na fronte

E os olhos chocando-se breves

São centuriões de bravura

Rompendo a barreira do instante

Eternos

Cadernos abertos, em branco

Dobrando-se as folhas em formas

O encontro da ponta e das dobras

Sutil, um gentil solavanco

Fluir, expelir pelas bordas,

Transbordas

Não morda, não cerre teus dentes,

Entenda que o homem é um

E que muitos homens nem são

Nem valem por homem nenhum,

Não vá descansar simplesmente,

Reflita

Omita teu ódio infundado,

Se tens tantos pecados, que pegue

Não guarde para te confessar

Por nada, por nada de errado,

Que não há homem que não carregue

Sua cruz

Por todos os lados

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 30/01/2010
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