O ÓDIO

“O ÓDIO, que julgas ser a antítese do amor,

não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.” Chico Xavier.

O amor adoecido,

transtornado, entontecido

quedou-se em sentido pranto,

desalentado e ferido.

Avermelhou-se de fúria,

arvorou-se justiceiro

em brilhante indumentária!

Singrou mares, tempestades,

guardou troféus em seu alforje.

Perdeu batalhas na guerra,

cansou das lutas inglórias.

Os despojos lhe pesaram,

não dá prazer carregá-los!

Desfez-se do incômodo fardo

ao longo da caminhada.

Agora leve, sereno,

cabelos brancos ao vento,

dança ao sabor das marés

num oceano de calma

e infinda sabedoria.