Vida em sete meses

Eis que te revejo,

breve e clara como um lampejo

e intensa como um desejo.

Mulher luz e imagem, coloridas miragens

como cor em outras plumagens

em épocas de secas aragens.

Sigo teu reflexo

e advinho o complexo

de vontades e impossibilidades,

de sonhos e realidades,

de esperas,

de quimeras,

de tantas contradições

e de tantas situaçoes.

Imagino-te Imperatriz

e minha por um triz.

Imagino-te suave acácia renovada

a quem chamo de minha amada.

Viajo tua pele

e que o fogo se revele.

Sinto-te roçar no rubro cetim

enquanto me exaspero pelo sim.

Que tu me digas: sim,

voltei querido.

Teu pesadelo foi concluido.

Devolves-me, Vida, à vida.

E ao gozo da dor esquecida.

Ofertas novamente a minha calma

e o reencontro de minha alma.

Porque sete meses já se passaram ...