No Rastro Da Noite
Eu vejo você
no rastro da noite...
Não há quem acoite
o meu bem querer!
Talvez seja tudo
calado e tão mudo,
sussurro divino
que vou aprender.
Talvez seu gemido
sincero e tão puro
por quem me aventuro,
por quem vou morrer
me deixe mais lúcido,
mais sôfrego, ávido,
valente e impávido
sem nada temer.
Temer o que é cálido
parece tolice!
Eu deixo a sandice
jogada pra fora.
Seu tudo senhora
me deixa ser vice...
E mesmo que eu visse
a tua grandeza,
a minha incerteza
no mar tão revés
iria dizer:
Que graça tu és?
Jogado aos teus pés,
fugindo de açoite
iria aprender
pra sempre te ter
no rastro da noite...
29/01/2010 16h38