Soneto - Perfumaria
Percorro estradas de vidas e asfalto;
E negro é o betume que exposto ao sol, exala perfume;
De atrito e morte; intoxicando meu nariz fasto,
Circunavego montanhas, terras altas de firme cume.
A minha direita as águas do oceano atlântico, e o fato:
Sou pequeno azarão correndo, na raia de gigantes!
Até mesmo o que me transporta; conjunto de aço e trato;
Doa-me a certeza; grandezas de homens são sonhos delirantes!
A deus o que é de deus, ao homem a divina ação e a prudência
O retrato na parede e a memória dos queridos amantes.
Deixo na estrada a lama de meus pés, dou a terra à infância
Dos meus dias; ínfimo navegante nestas águas dulcificantes.
Vou de retorno a pátria distante onde o amor me aguarda casto
E primaz. Resido na eternidade, no mundo sou assaz ignaro!
Imagem Estrada Rio-Santos
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