Há uma Velha Lenda… (de ternura, de Imenso Amor...)

Que pode muito bem

Ser apenas um mito

A história de um ser

Que buscava

O infinito

O derradeiro sobrevivente

Do Povo Breve***

Que escapou à sabedoria do tempo

Que se recusa morrer

Sendo a realidade para ele

Apenas um cenário

Meramente aparente…

Pois ele vive de histórias

Que observa

Pelo mundo

Pelo cosmos

Espécie de vampiro

Que de narrativas se alimenta

E assim se mantém jovem

A morte afugenta

Histórias…

Histórias de Amor

E não as histórias de Impérios

A história da civilização…

Pois é o Amor

Que lhe garante a perenidade

A tal Imensidão…

Nunca olha para trás

Para as suas recordações

Sim…

Ele também teve Um Amor

Uma Dor

Pedaços ocultos de felicidade

Ele amou

E foi amado

Ele feriu

E foi flagelado

Sem querer

E no sofrimento

Foi queimado

Na braseira

De quem está apaixonado

No fogo eterno

Fogo que quis apagado

Partindo um dia

Em direcção ao mundo da luz

Sem dizer um “Adeus”

Sem olhar nunca mais para trás

Deixando-a

Deixando o que poderia ser uma bela história

Deixando-a a sofrer

Pois amava-a

Com tanta intensidade

Que não a conseguia mais ver…

E assim

Busca ontem

Hoje

Amanhã

E depois de amanhã

A história de Amor Perfeita

Essa escondida e venerável magia

Altura em que por fim

Irá descansar

Dormindo para sempre

Feliz

Sobre a sua Utopia…

***Povo Breve

Nome de uma pequena história que tenho publicada neste espaço, e que conta a história desse Povo

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 29/01/2010
Reeditado em 29/01/2010
Código do texto: T2057607
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