Delirante Dissoluta...

 

 
Quando lhe vi toda de preto - juro -
bem pouco me importou
daquele seu velho parente falecido...
 
A minha entranha viva latejava
perante a certeza mais absoluta
que a sua pele clara acetinada
já vibrava delirante e dissoluta:
-completamente nua debaixo do vestido...
 
 
Quando lhe vi chegar – confesso –
esqueci meu luto
nem percebi cair o véu...
 
Um calafrio percorreu em meu corpo
e meus lábios suplicantes morderam o gemido oculto...
teu olhar audacioso a despir-me,
senti uma ardência queimar o vestido:
- estremeci quente...
e você ali parado em minha frente
a devolver o véu feito Príncipe... 
 
 
(Andréa Pelegrinelli)
(Arquiteto do amor)


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