Viver num certo limite…
Fazemos parte
Do raro grupo de pessoas
Que tanto se ama
Como se magoa
Que tanto se apaixona perdidamente
De uma forma avassaladora
Como de um momento para o outro
É capaz de partir para sempre
Gostamos tanto da vida
Que a usamos vezes e vezes…
Até causar ferida
Amamos tanto as estrelas
Que se pudéssemos
Iríamos até elas
Correndo o risco de cegar
Perda controlada
E assumida
Pelo prazer único de as sentir, de as tocar
Vivemos
Na fronteira em que as sombras
Podem assumir o controlo
Vivemos entre abismos
E a grande Arcada Celestial
Vivemos sem bem pensar nisso
Nas suas reais
E quase dramáticas
Consequências
Vivemos
Pois somos filhos e filhas do vento
Ninguém é nosso ou nossa proprietária
Vivemos livres
Mas de uma forma
Contundentemente
Solitária…