CIÚME





O que vejo
Um grande desabor
Sem cor – algo que
Consome-me as entranhas

Destrançadas palavras
Que me fogem a galope

O espaço fica
Sem ar
Sem mapa
Sem sementes


O que tenho
- um grande descontrole
Que me ferve o coração
E derrete até as geleiras


O que carrego
- uma grande esperança
Que as pombas
Os roseirais
Hão de me curar

***

Fecho os olhos
E agora vejo

O jardim
A água
Os azulejos
E a sombra
Que feri
Levantarem-se

E (re) compor-se
Numa amplitude
Intangível
- absolutos pássaros
No céu fecundante.
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 28/01/2010
Reeditado em 28/01/2010
Código do texto: T2055507
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