CIÚME
O que vejo
Um grande desabor
Sem cor – algo que
Consome-me as entranhas
Destrançadas palavras
Que me fogem a galope
O espaço fica
Sem ar
Sem mapa
Sem sementes
O que tenho
- um grande descontrole
Que me ferve o coração
E derrete até as geleiras
O que carrego
- uma grande esperança
Que as pombas
Os roseirais
Hão de me curar
***
Fecho os olhos
E agora vejo
O jardim
A água
Os azulejos
E a sombra
Que feri
Levantarem-se
E (re) compor-se
Numa amplitude
Intangível
- absolutos pássaros
No céu fecundante.
O que vejo
Um grande desabor
Sem cor – algo que
Consome-me as entranhas
Destrançadas palavras
Que me fogem a galope
O espaço fica
Sem ar
Sem mapa
Sem sementes
O que tenho
- um grande descontrole
Que me ferve o coração
E derrete até as geleiras
O que carrego
- uma grande esperança
Que as pombas
Os roseirais
Hão de me curar
***
Fecho os olhos
E agora vejo
O jardim
A água
Os azulejos
E a sombra
Que feri
Levantarem-se
E (re) compor-se
Numa amplitude
Intangível
- absolutos pássaros
No céu fecundante.