" A FREIRA E O AMOR "

Evaldo da Veiga



Ela na Rua da Esperança,
onde em cada esquina
havia um Sinal que sinalizava
Amor, ternura e encontro
No final da Rua uma Praça
com banquinhos, árvores e um coreto
Em volta da Praça, moças e rapazes
caminhando, eles em sentido contrário,
elas em sentido diferente do deles
Havia encontro de olhares a cada volta,
alguns que se comprometiam com o outro
sem que da outra parte houvesse um sim,
ou ao menos ciência do amor que projetava

Uma Praça com banquinhos onde sentavam
os comprometidos, aqueles que não buscavam,
casados, noivos, avós e as Freiras,
que habitavam no Convento de Frente.
Freiras acompanhadas de Freiras,
vigilância que buscavam uma na outra,
e que nenhuma, intimamente, aceitava
Não queria vigiar e nem ser vigiada,
queria liberdade de ver e imaginar depois...
Soltar no silêncio do seu quarto compartilhado,
aquela imagem de homem que despertou
emoção, desejo proibido. Cristo é amor, mas não transa...
Vontade de ter um quarto só seu,
ou compartilhado, sem irmãs, mas com aquele homem...

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