Le Skipper

As flores que hoje ressequidas

Transformam-se em cinza

São as mesmas que renascem em outros vasos na próxima estação

O tempo é o senhor de tudo

Da força e da fraqueza

que recai sobre cada homem no mundo

É um deus obscuro...

que não se permite esquecer

Às vezes eu penso que não a quero

Às vezes eu só a quero ver

Como ratos no porão de um navio prestes a afundar

Nossos corpos gelados se encontram

Na ânsia de já não se bastar

e a força com que lutamos pela vida

é a mesma que nos faz afundar

Eu já não sei o que eu quero

O prazer a que me atiro também é o medo que me apavora

No toque que a pele não nota, mas que faz queimar

O que sinto?

Simplesmente me afogo

Otávio Otto
Enviado por Otávio Otto em 27/01/2010
Reeditado em 03/04/2018
Código do texto: T2055050
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