Adoravelmente Despedaçados
Ele tinha dezessete anos quase extintos.
“Pra sempre.”
Ele tinha aquele sorriso capaz de
causar acidentes automobilísticos
e olhos de mármore e aquela
perfeita
pele de papel.
Se você o tocasse ele podia simplesmente se
r-r-rasgar! rasgar! em adoráveis milhões de pedaços.
Começou tudo bem,
com os eu te amo tanto
e os eu te amo também
e como nós somos tão perfeitos
e belos
e despedaçados,
tão adoravelmente despedaçados.
Foi uma questão de tempo até que nós
nos auto-destruíssemos
e desmoronássemos
em fragmentos de papel marfim
e pedaços de rubis vermelhos,
estando tão belos e perfeitos e acabados.
E tão despedaçados, tão despedaçados, que
a única coisa que restou
para ser catada
foi o odor do “não-foram-felizes-
para-sempre”.