A ROSA E O POETA

= A ROSA E O POETA =

Uma linda rosa ruborizada

Timidamente perguntou ao poeta:

“_Por que chora, poeta...

Pois, se vives sempre em sonhos?

És como um arauto,

Proclamando o amor.

Por que choras?

Seu recado foi entregue por mim, a sua Dulcinéia.

Para ela, foste altaneiro,

Cantastes em galanteio as mais lindas canções.

Recitastes trovas e poemas que deslumbraram meio mundo.

Vivestes todos os amores,

do mais puro e eterno ao mais profano.

Por que choras, poeta?

Se trouxestes do céu, as estrelas, a lua,

As nuvens, o sol com toda sua exuberância?

Então me dizes... Oh, Poeta!

Choras o pouco que perdestes?

Choras por palavras,

Que a mim não me cabe entendê-las?

Diz-me poeta...

Saudade, distância, despedidas,

Renúncias, amores não correspondidos,

Até mesmo a felicidade, o reencontro,

Ela... Quem sabe todos os seus dissabores serão “Ela”?

Ou seria tudo isso sinônimo de lágrimas?

Sabe poeta...

De ti, nunca me afastarei.

Serei partes das suas rimas.

O presente da chegada e da despedida.

Dar-me-ei por inteira, como inspiração matinal.

Não mais serei orvalhada pelo sereno

Que refresca as madrugadas,

Mas, acolherei as tuas lágrimas.

São elas péssimas, salgadas,

não trazem o frescor.

Certamente, trarão o brilho inspirador

Para os mais belos poemas.”

Respondeu o poeta:

“_Minha linda e querida Rosa,

Meu choro são sorrisos em lágrimas

Na busca incessante do conhecimento da alma.

O choro do poeta traduz

encanto, posta sorrisos e esperanças,

distribui e lança pelos ares, partículas coloridas de amor.

Serei sempre

um milenar vivente

Que às vezes, mesmo inconsciente,

Renasço em cada rabisco.”

Tonho Tavares

tonhotav@yahoo.com.br

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 27/01/2010
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