Continução (pedaços da lua)

Mas a minha lua saiu da minha vida sem querer, sem tu queres. Para que me adiantou pedir sempre o melhor, se o meu melhor foi levado de mim. Agora que a minha Lua caiu do céu e se partiu aos bocados, queria tanto ter-te aqui. Mas não estas nem vais estar, por mais que ainda sonhe contigo, e te tente imaginar nos meus braços. Não consigo respirar amor, sem ti, não consigo viver.

Sei que ias gostar que eu seguisse em frente, mas agora não consigo.

Vais ter de esperar que deixe de ser a menina mimada que dizias que era, que me escondia debaixo da cama com medo do papão, Dizia-lo em tom de brincadeira mas tinhas tanta razão quando o dizias.

Como isto foi acontecer amor? Disseste que ias viajar voltavas em breve e com noticias que iriam mudar a nossa vida. Tu ficas-te no mar, e as noticias chegaram até mim, invadindo-me e deixando em mim ondas de sofrimento e raiva, balançaram-me os sentimentos, os meus olhos, desde á 6 meses para cá, só conhecem o sabor do mar, o sabor salgado das lágrimas. Toda a gente me diz que tenho de sair de casa, que tenho de me libertar do luto. Mas qual luto? Se eu ainda não admiti que te perdi, nem quero admitir. Ainda me sento no chão ao pé da tua campa a ler, como se fosses uma criança e eu estivesse a contar-te histórias bonitas para que sonhasses, enquanto dormes. Mas infelizmente sei que não vais acordar, que dormes um sono eterno, por mais que isso me custe, e talvez a ti te custe também. Não vais ter quem te passe as tuas lindas camisas, nem quem te arrume a mala de viagem, nem mesmo quem te ajude a limpar o teu carro aos domingos, tanto me ria quando te molhava todo, olhava para ti e fugia mesmo sabendo que no fim ia sempre ficar mais molhada que tu. Mas no sítio onde tu estás já não precisas de mim, e eu aqui, a precisar tanto de ti, cada vez mais. Nunca fui independente totalmente, e agora vejo isso, tinha a mania de dizer que era livre. Mas não era bem assim, tantas vezes te disse que a liberdade estava presente nos nossos pensamentos e nos nossos sonhos, e agora vejo que os meus pensamentos e os meus sonhos foram levados contigo, estavam presos a ti, na verdade nunca somos livres o suficiente e eu aprendi isso com a ausência, a ausência do teu sorriso todas as manhas.

Chamavas-me Meu bem, com aquela tua voz rouca que eu adorava escutar, sempre me disseste que um dia íamos descobrir algo novo e ficaríamos milionários.

MeGG
Enviado por MeGG em 27/01/2010
Código do texto: T2054443
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