CHUVA NA MINHA ALDEIA
ETA, enxurrada aqui na minha aldeia,
Lá está a cachoeira...
Desce tudo, folha, galhos secos, está forte!
Lá vem um pé de bananeira...
Aqui na minha aldeia,
Nada me aperreia.
É a natureza, Gaia, sua alteza,
Deixa ela falar, tenho presteza.
Respeito e sou atenta
Sei que na sua ira, não há quem agüenta.
Mas não está tão brava, não!
Ouvi um barulho, mas só um susto
É a alegria dela, em molhar o chão.
Vou cantando...
Na chuva pulando e dançando...
À Gaia, agradecia pela água que caía
Molhava meu corpo, minha alma,
Havia uma transformação e magia
Eu era fogo e energia.
Então pulava, dançava e cantava:
Gaia, Gaia , Gaia...
Sei a sua Tolerância
Lamento as tuas feridas
O homem não tem o bálsamo para tua dor,
Aceita o meu Amor.
Gaia, Gaia, Gaia...
Aceita o meu Amor!
Passou a chuva ficou o perfume do mato
Podia sentir todos, amargo, doce, suave...
Alguns pássaros aproximavam,
Alimentando-se entre um galho e outro,
Minha alma se alimentava junto,
Da paz, harmonia, do perfume do mato
E a cantoria dos pássaros.
Até procurei cantar junto com eles, vi que podia atrapalhar.
Distante, ainda via um raio no céu
Gaia se despedindo com sorrisos iluminados.
Homenagem a Natureza gemente, dilacerada esvaindo em sangue pelo descaso do homem. Mesmo Gaia enviando duras mensagens para o mundo, mostrando o que é dor quando se destrói alguém ou alguma coisa de importância, o homem está longe de entender e mudar o rumo de suas idéias. Que se Cumpra a vontade do que está acima de tudo e todos. DEUS.