Ser poeta
Sou poeta
Teço páginas que, cravadas na alma são escritas com lágrimas e dor.
Faço das palavras minhas armas, do amor meu buril, e de você minha esperânça.
As vezes sou o mais miserável dos homens, pois o amor me cega.
Firo corações de pessoas que amo, por amar demais.
A incompreensão dos homens nos torna iguais.
Muitas são as vezes em que a tristeza assume tamanha proporção que desconheço-me.
Noutras, firo-me de morte, cavo minha própria sepultura, distancio-te de mim por amor, por insana estupidez; inicío meu próprio funeral.
A tristeza e a angustia me são comensais companheiras,
a solidão, fiel ,adorna meus olhos de lágrimas, choro.
Por amor sou muitas vezes odiado e temido
noutras, apenas esquecido.
Sou poeta.
Como o palhaço que,alegrando multidões sangra em seu peito tantas dores, tantas chagas o dilaceram enquanto todos riem...
Ser poeta é assim
é calar a própria dor para o deleite de muitos
e muitas vezes dilacerar-se em um amor incompreendido.
Ser poeta é apenas amar, ainda que o mundo e o tempo dele se esqueçam.