Ser poeta

Sou poeta

Teço páginas que, cravadas na alma são escritas com lágrimas e dor.

Faço das palavras minhas armas, do amor meu buril, e de você minha esperânça.

As vezes sou o mais miserável dos homens, pois o amor me cega.

Firo corações de pessoas que amo, por amar demais.

A incompreensão dos homens nos torna iguais.

Muitas são as vezes em que a tristeza assume tamanha proporção que desconheço-me.

Noutras, firo-me de morte, cavo minha própria sepultura, distancio-te de mim por amor, por insana estupidez; inicío meu próprio funeral.

A tristeza e a angustia me são comensais companheiras,

a solidão, fiel ,adorna meus olhos de lágrimas, choro.

Por amor sou muitas vezes odiado e temido

noutras, apenas esquecido.

Sou poeta.

Como o palhaço que,alegrando multidões sangra em seu peito tantas dores, tantas chagas o dilaceram enquanto todos riem...

Ser poeta é assim

é calar a própria dor para o deleite de muitos

e muitas vezes dilacerar-se em um amor incompreendido.

Ser poeta é apenas amar, ainda que o mundo e o tempo dele se esqueçam.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 27/01/2010
Reeditado em 12/10/2016
Código do texto: T2053417
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