TÔ NA MERDA!

tô vagando mesmo.

tô cagando.

o que eu quero agora não tem mais valia daqui á 5 minutos.

tô andando.

mesmo, tô observando.

e por aí ninguém presta, suponho eu.

empirismo, meu caro.

vou vagando,

tô guardando alguns bilhetes na bagajem

e uns trocados amassados.

mais um pôr-do-sol e um café, embrulhando o estômago.

eu gosto disso, eu gosto desse vento - do cheiro do perfume dos desconhecidos.

me disseram que por aí te comem com olhar.

te despem por menos de um beijo,

e

te fazem querer um filho.

'eu comentei com você sobre as paixões,

eu comentei.

[...]

é que...simplesmente você não me escuta.'

e eu estou cagando.

os vícios,

acumulos alguns...

você me disse que necessitava de carinhos,

sou uma máquina extraordinária.

pois isso é um flerte.

mas não sou muito boa em dissimular.

comentaram sobre o cú-doce

e acho burrice em demasiado.

mas quando te vejo,

deus,

batem asas em meu estômago.

me dá um mal-estar.

e sou vacinada contra-paixões, ela me disse.

'pois eu li em algum lugar

que

há contra-indicação.'

como devo rotular?

dor de barriga?

tô cagando.

enquanto ele me grita:

'onde você está?'

e eu finjo escovar os dentes, e finjo desperdiçar água.

eu não sei.

eu

não sei.

tenho uns bilhetes, tenho uns céus fotografados em memória, mas...isso,

os movimentos uniformes...

hipocondríaca - passando 'o mal-do-estar'.

tô cagando, porra.

[grito sem querer.]

- 'ela não tem classe, me chamou pra ver a casa, a cama...e disse que estava cagando. puta suja.'

-' puta sacanagem, irmão'

-' pois é.'

-' não comia nem de graça.'

-' nem eu.'

- 'pois é.'

e lá se foi,

com a merda, [a merda]

descendo

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Berenice
Enviado por Berenice em 26/01/2010
Código do texto: T2051761
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