Brancos Versos

Inebria-me,

Ah! Palavra versada, jurada

Dentre os tecidos de dormir,

Agasalho d’alma, da saudade,

Teu perfume, minha embriaguez!

Enquanto a noite cai,

Doo-me ao orvalho da flor

Escorrendo sublime sob o mar

D’onde embarco em lamentos sutis,

Adentrando por avessos efêmeros

Que trazem na voz, na luz,

A lua, a minha solidão!

Possua-me,

Ah! Elementos poetados, semeados

Entre as canções sussurradas,

Estros do silêncio, das velas alçadas,

Tua chama, meu Relicário!

Ao calar da madrugada

Alço-me ao céu em estrelas,

Buscando em cada via uma estrofe

Que me faz instrumento desta lagrima

Nascida no amor, no realejo

Que ainda toca, e traz meu coração

Latente em sua viva ferida!

Auber Fioravante Júnior

25/01/2010

Porto Alegre - RS