PALAVRAS

Não sou mulher de engasgar
Minhas palavras,
Elas soam rasgadas...
Algumas vezes, cantadas,
Outras vezes, sorrindo
Ou mesmo, resmungadas...
Mas elas sempre saem.
Não há palavra que não seja verdadeira,
Nem mesmo as difíceis de serem ditas...
Encontrou-me numa fase
Em que procurei substituir a palavra
Pela lágrima, para soluçar a dor
E ver se passa mais rápido.
O meu choro agora é a minha voz rouca,
Mas nunca o meu silêncio...
Quero perto de mim, a verdade
Do momento que será sempre meu.

Adriana Leal




Texto revisado por Marcia Mattoso