ESPAÇOS

 
 
Dei-lhe o alvorecer dos meus dias,
em seus beijos armazenei
a semente da esperança.
Deitei-me ainda menina
e na aurora da noite
eternizada em minha lembrança
acordei mulher...
 
No seu corpo, o meu ardia
e o desejo nos consumia.
Dei-lhe meus sonhos
depositei em suas mãos
as minhas ilusões
e no entardecer de nossas vidas
refiz o plantio dos sentimentos.
 
Sem reservas
doei-lhe meus momentos
e no anoitecer deste espaço,
meu coração só conhecia seus passos
pois aceitei que o aprisionasse...
Após longas estações de parceria
não percebi que não mais me amasse...
 
Ao anoitecer das utopias,
desperto com a realidade
clareando minha visão
e abrumando minha alma de dor,
num espaço com sabor
de quase nada
e vazio de amor... 

 
07/01/2006


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 29/07/2006
Reeditado em 09/12/2010
Código do texto: T204968