CAVALGADA

 
Na perfeita linguagem dos toques
a química da sedução aflora,
o efêmero se perpetua
na noite que se esgueira lá fora.
 
Abandono... Entrega...
Sentidos em combustão,
sentimentos em ebulição.
 
Mergulho num oceano profundo,
águas revoltas...
Coração acelerado,
o apelo do desejo
libera a fera de pele nua
em busca de afagos...
 
No silêncio do tempo,
que se esconde passivo
por trás do vento,
mãos quentes, lascivas,
percorrem possessivas
a carne que geme...
 
Olhar que explora e implora,
hipnotiza, faz minh'alma cativa.
Nos gestos ousados
a incoerência da emoção
que em comoção explode
em brilhos suados...
 
Perdida estou
no delírio desta louca paixão!
Na dança frenética e incansável
em carícias ardentes
bailam indolentes,
insaciáveis amantes...
 
No açoite dos seus beijos,
abrasada qual fogueira
do seu corpo fiz garupa,
cavalguei sem pejo
livre e inteira
até extinguir toda fagulha
baixando a temperatura
dum insano amor, sem cura!...
 
 
2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 29/07/2006
Reeditado em 18/06/2011
Código do texto: T204941