ACABOU...


Todo o querer findou...
O sonho despertou,
a flor não desabrochou...
A seca chegou
e tudo secou...

Os dias se repetem
insolitamente iguais...
As noites se eternizam
no gosto amargo da solidão.

A poesia morreu
no coração do poeta...
Não há  magia nas palavras
as rimas perderam a alegria.
Os versos viraram pelo avesso
e só restou o reverso...

E o triste sonhador
chora no espelho seu fracasso,
numa imagem emudecida em dor.

As estrelas despiram o manto iluminado,
a lua escondida por entre as nuvens
lamenta que o vento passageiro,
ligeiro jogue ao léu
pedaços de cartas de amor,
vestígios tristonhos de um sonho
que desfolhou.

Acabou...
As juras secretas, os gestos de amor,
os gemidos de paixão.
Acabou,
a própria razão de viver!...

2006

 

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 29/07/2006
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T204917
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