ACABOU...
Todo o querer findou...
O sonho despertou,
a flor não desabrochou...
A seca chegou
e tudo secou...
Os dias se repetem
insolitamente iguais...
As noites se eternizam
no gosto amargo da solidão.
A poesia morreu
no coração do poeta...
Não há magia nas palavras
as rimas perderam a alegria.
Os versos viraram pelo avesso
e só restou o reverso...
E o triste sonhador
chora no espelho seu fracasso,
numa imagem emudecida em dor.
As estrelas despiram o manto iluminado,
a lua escondida por entre as nuvens
lamenta que o vento passageiro,
ligeiro jogue ao léu
pedaços de cartas de amor,
vestígios tristonhos de um sonho
que desfolhou.
Acabou...
As juras secretas, os gestos de amor,
os gemidos de paixão.
Acabou,
a própria razão de viver!...
2006