DESEJO INCONTROLÁVEL
A minha racionalidade pediu férias e não mora mais em mim;
Está trancada num camarim, donde percebe o estopim dessa detonação;
Com estilhaços de explosão, vertendo lavas alastradas no cetim;
Rios de delícias filtradas pelo rim, mares de delírio bombeados ao coração!
Se tua forma defronta minha mira, eu já não respondo por meus atos;
Torno-me refém dos fatos que me obrigam a não te resistir;
Nesse momento viver é te sentir, fugir seria para o peito um desacato;
Por isso todo empecilho eu mato, para poder te possuir!
Não como tantas vezes eu já fiz, nem como amei um outro alguém;
A voracidade que me vem é algo que não tem um referencial ou precedente;
É quente como o magma incandescente, misterioso como o além;
Comparativo algum não tem quando em mim se faz presente!
Diante de meus olhos o teu olhar é um assédio;
Teu atrativo é gigantesco prédio, cujo andar mais elevado eu quero;
Por isso por teu corpo me esmero e vivo essa doença sem remédio;
Contigo numa cama o resto é tédio e tudo que for feio fica belo!
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