Devaneio
Fim de verão... Canta a cigarra com sua apertada
Voz. Trêmula a gaivota cruza o mar.
E como filha do vento a andorinha vai e vem.
E eu um pigmeu entre as montanhas solitárias
E em silêncio o movimento vou seguindo,
Com a natureza interagindo para esquecer
O peso das grandes cidades .
A nebulosidade que abraça as rochas
Me entristece, enquanto ao sol que desponta
Rezo uma prece para fugir do tormento.
O orvalho sobre a relva se evapora
A solidão em minha alma aos pouco
Desaparece, a vida segue seu curso
Enquanto meu devaneio sorrindo cresce.
O amor me fortalece qual a mais dura rocha
Esculpida naturalmente, a planta
Que murchara rejuvenesce continuamente
Enquanto eu parado no tempo me perco.