DISTRAÇÃO

Estremeceu, abalou, balançou, coisa diferente que se sente!

Luzes se acenderam de repente,

Faiscou, acendeu, brilhou, fez nascer o clarão!

É sol, é céu, é o nascer de um astro, é constelação.

A porta antes trancada, emperrada e enferrujada, se abriu,

Trincou, resistiu, travou, negou, mas se escancarou,

Finalmente o segredo, o mistério, o escondido, se viu.

O tímido, o recluso, o adormecido, acordou, despertou.

O envelhecido, o esquecido, o perdido, se mostrou,

Foi estilingue, foi laço certeiro, foi rastro de bala, penetrou.

Se fez a paz, na forma de devoção e paixão.

Porque você é brisa que sopra e acalma, afaga e desarma.

Foi de novo um sorriso, riso bobo, antes reticente,

Doce imprevisto, surpresa, novidade, alegria sem explicação,

Se fez num momento, no peito, a euforia presente,

Você é querer bem, é pausa e atenção, é também, contemplação.

Quero continuar a viver, te quero, desespero, te venero,

Você é fonte de inspiração, minha única intenção,

Paralisa o meu corpo, norteia os meus sentidos,

Foi libertação e agora é dominação, meus comandos, são rendidos.

Deixe que eu te olhe mais um pouco, deixa eu fixar em você,

Quero me prender, me perder, no feitiço, do seu encantamento,

Porque nada mais há de importante, há que de tudo se esquecer.

Porque isso é voltar a viver, é eternizar, esse maravilhoso e raro momento.

Foi pura emoção, foi por distração!

Jorge Luiz Alencar
Enviado por Jorge Luiz Alencar em 22/01/2010
Código do texto: T2044656
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.