ÚNICA SORTE!
Queria amar como aedo,
Para te descrever como poesia,
Pois apenas sou humano cheio de medo,
E não aprendi a amar como devia.
Busco-te em um eterno sonho,
Que de minha alma não quero perder,
Não conheço a língua para dizer te amo,
Pois Afrodite lhe fez de amor, e Apolo esculpiu você.
Oh! Aedo de lira que das musas arranca sonhos,
Rogo-lhe em suplica belo Deus Orfeu,
Dê-me para a alma um raio de luz de seu engenho,
Para que minha trova encanta a filha de Zeuz.
Amo-te anjo com meu amor terreno,
Pois somente assim posso te amar,
Sou humano, sou mortal, não sou supremo,
Somente tenho por direito, te idolatrar.
E em meu desespero de lhe ter em vida,
Busco em meu fado minha única sorte,
Pois minha alma para ti já é cedida,
Não lhe tenho em vida, mas te encontro em minha morte!