Há um certo tipo de silêncios…
Que se escondem nas sombras
Por detrás da luz
Há assim espaços sem quase nada
Há assim instantes…
Onde tudo começa
Para acabar logo de seguida
E nada…
Nada ficar como dantes…
Perdidos
Ou achados no tempo
Como lágrimas caídas na chuva
Entre a tempestade
Na qual não existia nada
E achei
Que de facto eras apenas uma
E não apenas várias
Nas tuas diferentes facetas
Múltiplas personalidades
Nas quais te desdobras
Para tentar alcançar
Um certo tipo de Imortalidade
Que quase consegues
Quando abres a tua janela
E tentas as estrelas tocar
Pulando os muros
Nos quais te querem encerrar
Inutilmente
Pois ninguém
É capaz de segurar o vento
Pois és um tipo de brisa
Bem humana
Livre
Como mais ninguém é capaz de ser
E passaste por mim
Num momento multiplicado por vários
E eu nunca mais de Ti
Me haveria de esquecer
Num amor que ficou
Que não é apenas uma recordação
Num amor que ficou
Na minha imensidão
Que se espraiou em mim
Em diferentes tempos
Simplesmente porque…
Há um certo tipo de silêncios…