As tardes...
Maria Antônia Canavezi Scarpa
São as tardes amenas, ainda com o sol exposto
que fazem meus dias serem importantes,
em algum ponto delas sou inteira mulher,
bebendo a vaidade, destilando desejos,
tudo nelas me completam fêmea.
Não precisa ser verão ou ter o frescor do outono,
quando sinto perfume sei que é primavera
e quando me dispo, o frio congela.
O tempo tem dado trabalho para a saudade
obrigando-a permanecer em vigília,
ser a mensageira através do etéreo,
rabiscando no ar os sentimentos com emoção,
e quando os dias teimam em se fazer ausentes
distanciando as tardes, a semana passa a ser longa,
aproveito para banhar-me na essência
que denominei espera, sou tão vulnerável!
Há uma grande esfera rolando no tempo,
sem percalços o caminho vai se abrindo
deixando nela, pequenas marcas entalhadas,
quando impedida de seguir imediato
ultrapassando tudo, ela parte veloz
não existe um ponto final que a interrompa
nem há séquitos que a acompanhe
segue só...verdadeira...
e urge que eu a preserve, toda ela...