Tempo
Aqui no silêncio do instante
Neste frívolo e calcinante
Encontro entre tempo e ser
Face à face segundos seguintes
Minutos ligeiros, pulsantes
Que nos meus olhos dolorosos passam
Quebram-se na paz o silêncio
No brusco e frio deprecio
Do fugaz tempo a passar
Lento, manso, audaz
Como se não fosse capaz
De um milésimo esperar
E vai passando... novo, velho
Santo ou condenado sombra no espelho
Mais um rosto a mudar
Que tanto é o tempo que passa?
Que mesmo a desgraça faz esquecer?
Que mito tem o tempo
Que mesmo o bem supremo faz emorecer?
O tempo é fugitivo...
Por isso apressemo-nos para amar
Sem sair dos braços desse louco amor
Que um dia ao tempo sucumbirá.