O VÍCIO
Não posso mais ser dono do juízo que detinha
E nem da lucidez que já foi minha em épocas remotas
Abriram-se as comportas da impetuosa inundação que se avizinha
Pois ela nem sequer é minha, mas seus domínios já me dão amostras!
Eu não resisto àquele modo de arrumar os seus cabelos
Arrepiam-me os pelos e trepidam-me cardíacos compassos
Aprecio a graciosidade de seus passos e seus delicados trejeitos
Oxigênios ficam rarefeitos, pudores tornam-se raros!
Aquele andar é como Ísis desfilando em passarela
E o seu olhar de ninfa donzela nada condiz com seus poderes
Esqueço os afazeres e íntimos ardores brotam por ela
Posto que um só sorriso dela será diária recordação por meses!
Bem que eu queria lhe querer de um modo calmo e comedido
Mas depois dela tenho compreendido o que é viver em densa chama
Seu charme me inflama e seu DNA é uma mistura de pecado com libido
Por isso eu tenho sucumbido e viciado sempre volto à sua cama!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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