ARDO POR TI

A ti, sim a ti…

ARDO POR TI

Pois tal como as minhas amadas estrelas

Vejo-te a ti

Vejo-as a elas

Sinto ambas

Mas apenas posso isso…

Vê-las…

Na impossibilidade de um toque

A quem eu tanto gosto

E ao mesmo tempo

Me custa estimar

O reino das impossibilidades

Sempre foi o meu

E é lá…

Que eu costumo andar

Porque há uma chama

Que brilha no meu peito

Quer esteja no poço

Ou noutro lugar

Onde caiba

Onde não incomode

Onde a todas der jeito

Porque a minha alma

É por todas estimadas

Sendo o corpo um acessório

Que nada dá jeito

Nada…

Nesta louca dualidade de sentidos

Sei que vos queria

Ambas comigo

Sendo por isso que escrevo melhor

Sempre os dias do amanhã

Onde não há dor…

De um futuro que não viverei

Pois…

Ao fim ao cabo

Na minha demente ficção

Ao menos lá

Feliz serei

Por isso em copos

De vertigem alucinatória

Em poemas

De realidade alienatória

Em companhias

Meramente ilusórias

Ardo por só

Um algo

Porque a minha vida não passa disso

Um desfilar infinito

De perdidas vitórias…