A Dama e o Cavaleiro

Adentre a luz por entre os vitrais,

Numa profusão de cores.

Explodindo nas paredes sombrias,

Clareando a escuridão.

Abrem-se os olhos verdes, como esmeraldas.

Brilhantes como o cristal,

Perdidos no nada... Queres chorar!

Por que foges, cavaleiro infame?

Em busca de amanhãs intermináveis.

Deixando abandonada no leito a donzela.

Desgrenhada, desgraçada e nua.

Palpita no peito a esperança.

Que se acaba a cada batida,

Dos cascos do corcel no chão.

Vai-se longe, tarde demais,

Este jamais voltará.

O seio dantes intumescido, agora abandonado.

O ventre palpitante, agora inerte.

A vértice transbordante e quente,

Agora esta seca e fria.

Novamente os olhos se fecham.

Banha-se como para lavar a honra.

E ao deitar novamente, no leito agora arrumado.

Espera a porta se abrir e um novo cavaleiro entrar.

Quem sabe a espera não se acabe desta vez.

Voam juntos, cavaleiro e dama.

No clássico balé do amor.

Em um somente o prazer da dança,

No outro, a esperança de seguir dançando.

Com o mesmo par.