Pérolas rolam nos sulcos do rosto...
Pérolas rolam nos sulcos do rosto
Afundados caminhos de mágoa e de dor...
Passam Natais como outros quaisquer,
E, por pouco esqueço que renasce o Senhor...
Um ano mais entra... E se faz o balanço
Dos dias felizes e tristonhos também...
Na Santíssima gruta da Vila em Belém
Meus sonhos se perdem a espera de um bem...
São tristes saudades, lembranças esparsas,
De dias de luz que apagados se foram
E enquanto procuro adorna-los de cores
Mais tristes, distantes, se vão para além...
Um dia, talvez, não recorde mais nada...
Mas, por enquanto, este dia não vem!...
Consome a saudade de um rosto risonho
E não faz diferença o Ano que vem...
Pálidas luas são dias iguais!...
Pálidas Festas! São dores, são... ais!
Mostra-me o rumo! As lágrimas cansam,
E a espera é terrível... Situações desiguais...
Enquanto sorris em meio aos salões
minha alma, tão triste, perdeu emoções...
Fui... Já não sou. Não faz diferença
se é ontem, ou hoje...se vem um depois...
- Sacode-me vida!! Não é justa esta dor
por quem não valoriza este tão grande Amor!...
Vai... Parte! Que o barco te leve
a outras distâncias! Ás montanhas com neve
não são tão geladas como este amargor!
- E se ele voltar e por ti perguntar?
- Diz-lhe que a espera me fez optar
pela felicidade que se oculta mui longe...
Nalgum Mosteiro... Não mais vai me achar!...
... E quando for primavera outra vez
que cultive rosas!... E as ame, talvez...
Ou então que faça o que nunca fez:
Que se decida e saiba querer!...
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Obs.: Não posso deixar de dar destaque e agradecer sensibilizada ao comentário de um grande Poeta e amigo, Di Amaral:
"É verdade,poeta. Há os que passam pela vida sem se importar com a fragância das rosas, porque nunca aprenderam a cultivá-las. Distinguir qualidade é cultural e infelizmente predomina a barbárie. Múi belo poema. Bjus"