Quando Estou Contigo
Quando estou contigo
há um cataclismo
de campanários no meu peito,
um tremor de terra
minada de bronze sonoro,
uma avalanche de cristal,
um ataque inesperado
de canários e guitarras.
Tudo acontece como a primavera...
E um rio vulcânico
percorre-me o corpo
arrastando em seu percurso
uma carga insuportável
de erupções afogadas.
Quando estou contigo,
há naufrágios no meu peito,
vendavais nos sentidos,
terremotos nos nervos.
Por isto,
este pânico de abismo nos meus olhos,
tremor de estrela nas mãos,
e a incrível sensação
de relâmpagos no sangue.
Submergem mundos,
constelações desabam,
estremecem cais.
Acontecem coisas
que tu não percebes
e nunca entenderias
com sinos e abelhas
e girassóis, e guitarras,
mas acontecem coisas...