Os Olhos De...

Ai, que saudades que tenho

De quando eu era pequeno

Nas noites frias e sem fim...

Eu tinha os olhos serenos

De minha mãe juntos de mim!...

Ai, com quanta tristeza recordo

Parece até que sinto os afagos

Do toque dos dedos, dos abraços

Que, após anos, ainda choro!...

Como eram leves as mil carícias

Naquelas noites longas e escuras

O peito se enchia-me de alegria

Pelo excesso de carinhos e ternuras!...

Ai, eu era apenas um infante!

Se meus sonhos eram angustiosos

Meus olhos se viam naquele semblante

E dormiam olhando aquele par de olhos

Amorosos...

Como se embebiam em mim teu olhar

Olhos meigos de mãe e santificados

Ali, me fitando na arte bonita do amar

Roçando-me com seus ardentes lábios

Numa cena mágica que não vai voltar!...

Mas veio tempestades e raiou um dia

Com ventos soprados do peito de Deus

Que queria para si, mais uma filha

E aquele dia nunca mais me esqueceu!

Adeus, mãezinha querida!

Adeus!

Saudades infindas...

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 17/01/2010
Código do texto: T2035008