a última prateleira
não pode ser assim,
o que você fala pra mim
não é desculpa
pra que eu faça o que não devo;
jamais me atrevo
a tocar-lhe a pele
tocar-lhe a alma
é o que me interessa
só quero que peça
e não se enregele
com o que for sentir;
se me introduzir
no que é você
pode saber
que perco o comando
daquilo que quero;
deixo de ser
o homem severo
que acho que sou
pra ser o romance
que você achou
quando ia embora
da livraria;
a última prateleira
até lhe diria
que estava levando
um livro indefeso
correto, coeso
na vã intenção
de na cabeceira
sempre ao lado seu
poder se encontrar
Maricá, 10/07/2009