a última prateleira

não pode ser assim,

o que você fala pra mim

não é desculpa

pra que eu faça o que não devo;

jamais me atrevo

a tocar-lhe a pele

tocar-lhe a alma

é o que me interessa

só quero que peça

e não se enregele

com o que for sentir;

se me introduzir

no que é você

pode saber

que perco o comando

daquilo que quero;

deixo de ser

o homem severo

que acho que sou

pra ser o romance

que você achou

quando ia embora

da livraria;

a última prateleira

até lhe diria

que estava levando

um livro indefeso

correto, coeso

na vã intenção

de na cabeceira

sempre ao lado seu

poder se encontrar

Maricá, 10/07/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 16/01/2010
Código do texto: T2032246
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