Tu, Eu e as Sombras…
Estas paredes
Que estão por detrás
Da nossa Janela
Não me deixam respirar
Nem ver o mundo
Por detrás dela
Esta guerra
Que estala lá fora
O sofrimento dos dois
Que fica
Mas que queremos que vá embora
E tu dizes-me
Que não há nada mais assustador
Do que um coração premente
Mas onde há a predominância da dor
E tu dizes-me
Que devemos escutar as sombras
E eu faço isso
Ouvindo
Uma espécie de oração
Um apelo para mundos
Que nos são vedados
Um apelo para que fique
Nessa viagem
A teu lado
Mas tu dizes-me
Com ternura
Que
“Não…”
Pois decidis-te
Caminhar sozinha
Na longa e indefinida estrada
Que leva à Imensidão
Onde nos poderemos
Aleatoriamente
Vir
Nos próximos mil anos a encontrar
Tal como pode a terra
Um dia
Um dia…
Voltar
A invadir o mar…”