MALDITO É O SOPRO...
E o vento mórbido soprou mais uma vez
Imaculado o tempo na hábil insensatez
Tentando a morte anunciar
Ejaculando a impureza no ar
O fato é que me vi sozinho
Fadista e apaixonado
Modista em verso atordoado
Em busca do antigo ninho
Da brisa do passado
E soprou mais uma vez
Agora lúcido e estilizado
Varrendo a frágil translucidez
Interrompendo o sono do guerreiro
Deste pobre e desgarrado cavaleiro
Da heráldica à mortalha sofrida
Que o maldito há muito varreu
Da paixão chorosa e mal resolvida
Mulher a implorar o que sofreu
Não me peças então pra te adorar
Ressaltar engano é macular
Pois de ti quero apenas a distância
Maldito é o sopro em tua eterna arrogância
Bastardo dos tempestivos momentos
De furações e tormentos
Entranhável em tuas maldades
Enlouquecido e sem realidades
E você há de soprar mais uma vez
E mesmo o céu, não dar-te-á a mão
Seremos, só nós dois e a estupidez
Pois arrancaste a vida do meu coração
Nem sopre em minha própria morte
Banindo a minha sorte à sofreguidão
Pois te varrerei do Sul ao Norte
Casa do Inferno, e sem perdão