PECADO CONSUMADO
Quando um desejo se apresenta e nos domina com furor;
Todo juízo de valor transcende as bailas da moral;
Chega igual um vendaval com o seu ímpeto varredor;
Arranca os fundamentos do pudor e faz da insanidade um ritual!
Decerto que assim me é possível traduzir tal transgressão;
À flor da pele uma emoção imensurável e instransponível;
Não vou negar o que já é visível e nem tecer apelos por perdão;
Porque nem é questão de coração, é só provocação irresistível!
Eu não pedi pra ser assim, nem foi assédio planejado;
Foi um instinto inesperado e uma fome animal;
Uma simbiose carnal que não considerou os brados do pecado;
Que não teria sido consumado não fosse o surto irracional!
Face essa verdade que me envergonha, mas que não nego;
Eu me reservo desde agora á conduta do silêncio;
Eis que sou homem propenso a nunca advogar-me quando erro;
Porém tem horas que sou surdo, mudo e cego – assim eu penso!
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