TEU CORPO
Manifesto em doce conjectura
Orlas de quem me deixou enfeitiçada
Angélico era o teu semblante,
Que me olhava com simulada ternura
Constava, no teu coração teres-me guardado;
Mesmo Adónis não tinha a tua beleza,
Eu te esculpi do rochedo duro
Fiz o teu corpo à minha realidade
Agora vagueio triste, sem futuro
Olvidei, a esse corpo dar uma alma;
És somente uma estátua
À qual darei honrosa sepultura
Enquanto espero,
O amor duma real criatura